segunda-feira, 5 de maio de 2008

Palestra com Eduardo Moody

Para quem deseja aprender um pouco mais sobre fotografia, o Labfoto – Laboratório de Fotografia da Facom promove nesta quinta-feira, dia 08 de maio, o encontro com o fotógrafo Eduardo Moody.

Além de contar um pouco da sua história com a fotografia, Moody apresentará algumas de suas fotos e tirar as dúvidas dos presentes.

Apesar de ser reconhecido pelos seus trabalhos em grandes empresas como Odebrecht, Brasken e Propeg, Moody possui belas fotografias subaquáticas, difíceis de fazer por exigirem equipamento apropriado para usar debaixo da água, além de muita experiência na área.
Confiram a palestra às 11h, na sala 17 da Faculdade de Comunicação!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Fotossensacionalismo

Cézaro de Luca - Folha de São Paulo

"O apelo ao sentimental, a super valorização dos detalhes e a ênfase às expressões humanas, fizeram da imagem uma arma valiosa na conquista dos leitores pela veracidade atribuída ao material fotográfico, garantindo a empresa uma posição de informante, fiel e isenta de fatos."
O trecho extraído do livro "Fotojornalismo: informação, técnica e arte", de Alene Lins e Rosangela Valente, retrata o papel da fotografia nos meios de comunicação que se utilizam da imagem, sobretudo as mídias impressas e digitais. Mais do que ilustrar notícias, o fotógrafo deve buscar a essência da cena e captar os elementos que ele julgar mais importantes na composição da foto.

O que rotineiramente vemos, no entanto, passa longe da busca pela essência. Estampadas nas capas das publicações estão as imagens que mais causam repúdio, se a notícia for sobre assassinato lá estará o corpo ensanguentado. Muitas empresas podem pensar que mostram o que o público quer ver, acreditam satisfazer a vontade dos leitores pelo excepcional. O que temos na verdade é o mínimo trato com a imagem, principalmente com quem dela faz parte.

Cerca de duas semanas atrás saiu no jornal "Tribuna da Bahia" uma matéria sobre o assassinato que ocorreu nas imediações da Igreja do Bonfim, em Salvador. Para ilustrar a notícia de capa, a foto do corpo da vítima ainda no carro, local em que foi executado o crime. Difícil saber nessa situação onde se encontram a responsabilidade com "objeto" fotografado, com o público e com a estética da imagem, esta que é renegada à último plano.
Efe - Folha de São Paulo

Fotografias que provocam a reflexão, mais do que expor a situação de forma quase escatológica, deveria ser uma constante no fotojornalismo. Felizmente existem empresas que sabem aproveitar o potencial de seus profissionais, a exemplo do jornal "Folha de São Paulo" que mantém a tradição de qualidade das suas imagens.

Eis o desafio para os novos profissionais que desejam adentrar nessa área. A fotografia jornalística, assim como o jornalismo em geral, precisa entender qual o seu verdadeiro papel para a sociedade e cuidar para os verdadeiros interesses dos cidadão sejam atendidos.

terça-feira, 8 de abril de 2008

"Feio é belo, belo é feio..."

Fotos: Andrzej Dragan

Quem disse que o feio não pode ser bonito?
Sem tomar partido daqueles desprovidos de beleza, quero chamar a atenção para fotografias, cuja intenção é de justamente chocar pela "feiúra" que apresentam os modelos e objetos fotografados.

Pegando o gancho de Neumar Rosário , que em seu comentário no post "Encare de frente o problema" atentou para o fato de muitas imagens não serem belas no sentido tradicional que conhecemos, mas podem possuir uma beleza plástica pela qualidade que apresentam. O caro colega citou como exemplo o livro, História da Feiúra, do escritor Umberto Eco.
Em seu ensaio, Eco, trata da questão do feio com um sentindo muito mais amplo do que a simples contraposição ao belo. Um conjunto de textos e pinturas de artistas consagrados como Picasso, cujas imagens são caracterizadas pelos traços aparentemente disformes, compõem esta obra que tenta nos mostrar como o bizarro e o grotesto sempre estiveram presentes em nossa cultura.

De volta à fotografia, nos deparamos com Andrzej Dragan, fotógrafo polonês de talento inquestionável e dono de um olhar sensível e apurado. Em suas fotos, Dragan apresenta figuras que em circunstâncias normais causariam repulsa, mas que diante da qualidade técnica e a expressividade que apresentam, não deixam duvidas do quanto são belas.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Photoshop: Propaganda enganosa?




Que o photoshop apareceu para melhorar a qualidade das fotos, disso não se tem a menor dúvida. O problema é quando a manipulação de fotos ultrapassa a barreira da busca pela imagem sem ruídos e sem sujeiras, e as transformam por completo.

Mais do que uma ferramenta para facilitar o trabalho dos fotógrafos, o photoshop se transformou em um criador de mitos. Mulheres e homens aparecem cada vez mais perfeitos nas capas de revistas e em outdoors. Estampam uma beleza invejável, digamos até, impossível de ser alcançada.

O Jornalista Marcelo Idiarte, no Observatório da Imprensa coloca em questão esse assunto e usa como exemplo a Playboy de Juliana Paes. Parece que a atriz e musa da maioria dos brasileiros não gostou de saber que algumas de suas fotos foram a público sem o "tratamento" do photoshop. Revelou-se o segredo que os homens prefeririam não saber, e para delírio das mulheres: A Juliana Paes tem celulite.

Fica o questionamento: Até quando continuaremos nessa busca desesperada pelo rosto e pelo corpo perfeito nas clínicas de cirurgia plástica e academias, se na verdade essa ilusão apenas existe para vender revista?

segunda-feira, 24 de março de 2008

Aos blogueiros de plantão

Steven Klein

Fotógrafo que se preze publica na rede!
Na versão online da FS - Revista da Imagem os fotógrafos blogueiros podem publicar fotos, matérias e mandar sugestões de temas que podem virar notícia.
O Objetivo é que trabalhos importantes de fotógrafos não fiquem escondidos em blogs ou se percam até mesmo sem terem entrado na rede.
Mande suas notícias para o e-mail fotosite@fotosite.com.br
A FS não é pioneira nesta idéia. A revista virtual Ideafixa também compõe suas páginas com publicações de fotógrafos e artistas que enviam seus trabalhos.
O tema deste mês é Desejo.

domingo, 16 de março de 2008

Encare de frente o problema

Fome no Sahel, Sebastião Salgado


Quando o fotógrafo Sebastião Salgado publicou o livro "Fome no Sahel", sobre as vítimas da fome no Sahel, como o título já propõe, muitos devem ter se perguntado como ele teve coragem de registrar aquelas imagens. Mas por que cenas que apresentam a degradação humana provocam tanto repúdio?
Há quem acredite que a fotografia sirva para mostrar coisas as belas, estas que, infelizmente pouco condizem com a realidade.

Os fotojornalistas são facilmente taxados de carniceiros e desumanos por fazerem questão de registrar o sofrimento alheio. No entanto, essa situação existe não porque eles sentem prazer ou pensem apenas nos benefícios que conseguirão com o produto obtido, mas porque entendem que as condições adversas existem, fazem parte da sociedade e são dignas de registro.

Brasil, por Boogie

Fotografias de guerra e que mostram a miséria, por exemplo, antes de provocar embrulho no estômago naqueles que as vêem, deveriam ser reconhecidas pelo fato de que se o problema existe deve ser visto, tornar-se de conhecimento público, para assim serem buscadas as soluções.

Alguns profissionais, porém, fotografam sem nenhum envolvimento social, como afirma o fotógrafo Boogie, em entrevista para o site Lost Art. Para Boogie, fotografar nas ruas é seu modo de vida, seu trabalho e seu hobbie, não é movido pelo pensamento de querer mudar o mundo. Se registra o sofrimento das pessoas nas ruas é porque ele existe e é sua missão documentá-lo.

sábado, 8 de março de 2008

Mulheres no fotojornalismo

"Gandhi" - Margaret Bourke-White

O fotojornalismo que para tantos pode ser considerada como uma atividade típicamente masculina por muitas vezes envolver situações de perigo, não é de hoje, tem se tornado um trabalho tentador também para as mulheres.
Essa profissão tão empolgante não deveria ficar restrita apenas ao universo masculino. O ato de registrar a imagem naquele momento único vai além das amarras do sexo. Para se fazer uma boa foto não basta ter coragem, é preciso antes de tudo, talento, perspicácia e muita paciência. E no quesito paciência as mulheres tiram de letra.

Praça Vermelha, em Moscou - Sisse Brinberg

Por esse e outros motivos, as mulheres têm se embrenhado em número cada vez maior na fotografia jornalística. Prova disso são as 14 fotógrafas que compõem o quadro de profissionais da revista "National Geographic". Mulheres que vão para zonas de guerra registrar situações que fariam tremer de medo e embrulhar o estômago de qualquer homem metido a maçhão.

Apesar de ser o talento independente do sexo, a presença feminina ainda é consideravelmente inferior a masculina nos jornais e revistas. Somente em 1914 foram aceitas mulheres no fotojornalismo, sendo que na maioria das vezes elas são incubidas de cobrir pautas leves, como casamentos, por exemplo. Poucas foram aquelas que tiveram a oportunidade de participar de trabalhos desafiadores e serem reconhecidas por eles. Como exemplos temos as fotógrafas Margaret Bourke-White, Sisse Brinberg, Maria Stenzel, Jodi Cobb, todas da "National Geographic e Margarida Neide, do jornal "A tarde".

Antártica - Maria Stenzel

Ainda hoje existem muitos obstáculos para aquelas que desejam enveredar para a fotografia jornalística - é preciso na maioria da vezes deixar de lado as vaidades femininas para que se possa obter algum respeito no ambiente de trabalho. Mas, acredita-se que o talento e a força de vontade, fatores que realmente importam nessa e em qualquer outra atividade, é que passarão a ser os verdadeiros ditames na escolha do profissional.

Fica a dica!